sábado, 26 de novembro de 2011

Elogio à ausência

Seu corpo audaz
Satisfaz
Transluz
A graça de uma menina
Que traz nos lábios
Todos em flor
A sina que me guia
Altiva

O abraço em chamas
A flama
Lambe, lambuza
Chamusca
O peito
E o coração aberto

O deserto
Então
Faz-se mar,
Correnteza


Eu, naufraga
Errante
Rabisco os erros
Apago
As marcas


E submerjo
Na ânsia
Todo desejo
Engole
O desacerto

A falha fenece

Cinjo nos meus
Os seus
Braços
Ausentes
Ateiam fogo


A memória
Sucumbe


Sorrateira
A solidão
Morre
Num orgasmo eterno

3 comentários:

  1. Muito bom.
    Seus poemas são fascinantes. Tanto na forma com que constroi os versos quanto o conteúdo deles.

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  2. Me atraiu só por ser poema, depois me manteve por ser um ótimo poema.

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  3. Agradeço os comentários!

    Guilherme e Almi, li o blog de ambos e senti-me maravilhada.
    É sempre bom saber que meus poemas são apreciados, assim como é excelente encontrar ótimos poemas para apreciar.

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