quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Derretendo-nos

Apertando o quadril
Prescutando o corpo
Sentimos arrepios
Nas torrentes do gozo

Cobrindo o ventre
Vertendo à saliva
Enxuga o sexo
Com a ponta da língua
O mais puro deleite
Pingando proezas

Breve querência
Tremores da ânsia
No lascivo emaranhado
Membros
Apertados
Fulgurante arquejar
Sou sua nascente
Sua fêmea
Jorrando delicias

Derretendo às caricias
Dou-me toda
Às mãos famintas
Ao cego tato
Pupilas cerradas
Cortinas fechadas
Teatro de feras
Fere o pudor
Voluptuoso espetáculo
Clamores e ardor

Do beijo à boca
Do corpo morno
Ao quente e doce
Gosto de desejo
Denso como
A escuridão circundante

Transparece somente
Traços do corpo
Que me agarra
Na cintura
Cinge-me as entranhas
Inunda
Enterra em mim
O mais sublime esquecimento


Imagem do filme "Jornada da alma"

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