quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Não falo

No falo
Não falo
De amor


Não namoro
Não caso


Somente ao acaso
Os amantes
Se beijam


No ocaso
O púrpuro solar mancha os lençóis
E os amantes se deitam


O sangue seco
Desvirtua o tecido alvo
Testemunha incorpóreo
Os deleites passados


Somente o sêmen infecundo
Sente-se aliviado
Ao abandonar os prazeres
No ápice do ato


No falo
Não falo de amor
Digo antes que sou
Am-oral
Deixo jorrar
Boca afora
Delícias plenas
Palavras tesas
Poesias grávidas

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