sábado, 26 de novembro de 2011

Elogio à ausência

Seu corpo audaz
Satisfaz
Transluz
A graça de uma menina
Que traz nos lábios
Todos em flor
A sina que me guia
Altiva

O abraço em chamas
A flama
Lambe, lambuza
Chamusca
O peito
E o coração aberto

O deserto
Então
Faz-se mar,
Correnteza


Eu, naufraga
Errante
Rabisco os erros
Apago
As marcas


E submerjo
Na ânsia
Todo desejo
Engole
O desacerto

A falha fenece

Cinjo nos meus
Os seus
Braços
Ausentes
Ateiam fogo


A memória
Sucumbe


Sorrateira
A solidão
Morre
Num orgasmo eterno

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Derretendo-nos

Apertando o quadril
Prescutando o corpo
Sentimos arrepios
Nas torrentes do gozo

Cobrindo o ventre
Vertendo à saliva
Enxuga o sexo
Com a ponta da língua
O mais puro deleite
Pingando proezas

Breve querência
Tremores da ânsia
No lascivo emaranhado
Membros
Apertados
Fulgurante arquejar
Sou sua nascente
Sua fêmea
Jorrando delicias

Derretendo às caricias
Dou-me toda
Às mãos famintas
Ao cego tato
Pupilas cerradas
Cortinas fechadas
Teatro de feras
Fere o pudor
Voluptuoso espetáculo
Clamores e ardor

Do beijo à boca
Do corpo morno
Ao quente e doce
Gosto de desejo
Denso como
A escuridão circundante

Transparece somente
Traços do corpo
Que me agarra
Na cintura
Cinge-me as entranhas
Inunda
Enterra em mim
O mais sublime esquecimento


Imagem do filme "Jornada da alma"

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sua pele, o pêlo. Meu apelo.


No ato
No tato
Contato
Imediato

De fato
No pêlo
Feito gato
No apelo
Esfregando
Manhoso
A pele
Sedosa
Na minha
Sedenta

Concedo
Concebo
Concordo
Conforto

Contigo






Não falo

No falo
Não falo
De amor


Não namoro
Não caso


Somente ao acaso
Os amantes
Se beijam


No ocaso
O púrpuro solar mancha os lençóis
E os amantes se deitam


O sangue seco
Desvirtua o tecido alvo
Testemunha incorpóreo
Os deleites passados


Somente o sêmen infecundo
Sente-se aliviado
Ao abandonar os prazeres
No ápice do ato


No falo
Não falo de amor
Digo antes que sou
Am-oral
Deixo jorrar
Boca afora
Delícias plenas
Palavras tesas
Poesias grávidas

Pele de Vênus

"Kiss the boot of shiny, shiny leather
Shiny leather in the dark
Tongue of thongs, the belt that does await you
Strike, dear mistress, and cure his heart"

 Venus in furs_Velvet Underground

O corpo entende

                                    
Fetiche
Fantasia

Alegoria da mente

Desejo
Delícia
Só o corpo entende

Da pele
À pelve
A língua se arrisca

No suor
E saliva
Do corpo que pinga

Derrete 
Desmancha
Entrega-se inteiro

Sucumbe
Suplica
Seu toque, seu cheiro

Treme
Fremita
Espasmos de amor

Tropego
Grita
Entregue ao fulgor

Transborda
Inunda
Os lençóis revirados

Extasiada
Fecunda
O universo inteiro